Estas criaturas celebram o “dia das bruxas” todos os dias. Se olharmos a Natureza mais de perto encontramos coisas são bizarras que até são difíceis de acreditar. Muitas delas parecem não seguir as leis da física, mas sim um guião saído de um filme de terror. Zombies, aberrações, ladrões de cadáveres são todos reais. A Natureza está cheia de monstros e em clima de Halloween vamos conhecer alguns dos mais horripilantes exemplares.
Apocalipse da formiga Zombie
(Fonte: Penn State via Flickr)
Se as formigas pudessem falar elas possivelmente iriam dizer-nos como têm um medo aterrador do fungo Ophiocordyceps. Os pequenos esporos do fungo entram no corpo da formiga depois de lhe dissolverem a “pele” recorrendo ao uso de enzimas. Uma vez dentro do corpo, o fungo cresce, inchando a formiga como se se tratasse de uma salsicha. À medida que o faz, altera a química do cérebro da formiga, e obriga-a a escalar uma árvore. Nos seus últimos momentos de vida, o inseto inchado prende as suas mandibulas numa folha. Com a formiga zombie ancorada de forma segura na folha, o fungo pode sair do interior do corpo da formiga e contaminar os insetos desprotegidos que vivem na base da árvore. Isto leva-nos a pensar que se alguma vez um apocalipse zombie ocorrer o ataque terá que ser de cima para baixo.
A curiosidade matou o rato
(Fonte: David Merrigan via Flickr)
O protozoário Toxoplasma gondii pode infetar quase todos os mamíferos, incluindo os humanos. Mas só se consegue reproduzir sexuadamente no sistema digestivo dos gatos, sendo inofensivo para eles. Quando este entra no organismo de outros animais, através do contacto com fezes de gato contaminadas, replica-se assexuadamente. Este parasita incorpora-se nos seus órgãos, chegando mesmo até ao cérebro, e forma pequenos quistos. No entanto este pequeno invasor quer sempre voltar ao organismo de um gato. Em animais como os ratos e ratazanas o almoço e jantar dos gatos, respetivamente, o protozoário interfere com o funcionamento do cérebro do hospedeiro. Este altera-lhe o comportamento de tal forma que os ratos deixam de ter medo de felinos e até passam a ter alguma atração por estes. Isto, está claro, leva a um rato morto e a um Toxoplasma feliz novamente em casa.
Aranha Zombie
(Fonte:Luciana Bueno dos Reis Fernandes via YouTube)
Num dia bom a aranha Plesiometa argyra, nativa da Costa Rica, ocupa o seu tempo a caçar insetos com a sua teia e a suga-los até ficarem secos quando se encontram inconscientes. Mas no pior dia da sua vida, é picada pela vespa Hymenoepimecis argyphaga. A atacante paralisa a desafortunada aranha com o seu veneno e cola-lhe um ovo no dorso. A larva quando eclode alimenta-se sem qualquer dificuldade da aranha que ainda se encontra viva, mas a história de terror ainda não acabou. A larva induz a aranha em erro, usando um composto químico, que faz com a aranha destrua a sua teia e que a reconstrua com uma estrutura deformada. A larva da vespa utiliza a teia deformada da aranha para construir o seu casulo ficando desta forma protegida dos perigos. Enquanto isso o esqueleto da aranha é abandonado a apodrecer.
O parasita castrador
Sacculina carcini é um parasita castrador: sim um castrador, que no seu estado de larva nada livremente no oceano. Quando este parasita encontra um crustáceo, como por exemplo um caranguejo, escava-lhe um buraco na zona de uma articulação e penetra no seu interior. Ele cresce retirando ao caranguejo a capacidade de se reproduzir, sendo por isso apelidado de castrador. Eventualmente, este sai do interior do caranguejo na forma de um saco amarelo, que se encontra pendurado exatamente no local onde normalmente se encontrariam os ovos do caranguejo. À medida que o impostor produz os seus ovos, o caranguejo enganado cuida e alimenta-os como faria com os seus próprios ovos, garantindo desta forma que o parasita se espalha a outros caranguejos.
Joaninha Zombie
(Fonte: Jonathan Bliss via Fickr)
O espírito de Halloween está claramente presente quando temos uma joaninha adorável que é transformada em Zombie. O criminoso neste caso é uma vespa de olhos verdes conhecida como Dinocampus coccinellae. A vespa fêmea pousa na joaninha e injeta-lhe na barriga um ovo e um vírus. O ovo eclode dentro da hospedeira e as larvas começam a comer o interior desta. Atenção que estas larvas de vespa não matam a joaninha e quando estão suficientemente grandes saem do abdómen da joaninha e começam a tecer um casulo entre as patas da joaninha. O vírus que foi injetado pela vespa afeta-lhe o cérebro e faz com que a joaninha fique paralisada tendo assim a vespa um guarda-costas em modo zombie sobre o seu casulo. Eventualmente uma vespa adulta emerge do casulo pronta para enfrentar o dia-a-dia enquanto a joaninha é deixada para trás como uma concha vazia.
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