Porque é que os nossos dedos ficam enrugados durante o banho?

Padrões periódicos , como linhas e pontos, estão presentes na Natureza, podendo variar desde pequenas rugas em materiais macios (como a pele) para padrões muito maiores como nos fluxos de lava de um vulcão.

As rugas são frequentemente observadas em abóboras, melão, nozes e frutas desidratadas ou até mesmo na pele de grandes animais (por exemplo, elefantes, rinocerontes) e répteis. Os sistemas biológicos também apresentam inúmeros padrões periódicos auto-organizados, como o padrão dos intestinos ou das artérias, do padrão da superfície do cérebro e das estruturas de superfície nas folhas da flor de lótus. Até mesmo na escala celular, se observam ondulações, como é o caso das células de neutrófilos humanos ou nas células de germinação de peixes.

Alguns desses padrões estão presentes em sistemas tão sofisticados e resultaram da evolução e selecção natural ao longo de milhões de anos. Têm funções práticas e também podem conferir alguma vantagem de sobrevivência ao organismo.

A rugosidade da superfície desempenha um papel importante na nos sistemas biológicos: as superfícies rugosas são benéficas na adesão celular, disseminação e crescimento, e na cicatrização de tecidos devido às suas semelhanças estruturais com as redes extracelulares.

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Com certeza todos nós já ficámos dentro de uma piscina ou de uma banheira durante tanto tempo que seus dedos ficaram enrugados. Mas por que isso acontece?

Até há bem pouco tempo, as pessoas assumiam que o enrugar das palmas das mãos e dos pés era o resultado de uma passagem de água na camada externa da pele, o que fazia inchar a pele. No entanto, desde a década de 1930 que se sabe que o efeito não ocorre quando há dano nos nervos nos dedos. Isso aponta para que a mudança seja uma reação involuntária pelo sistema nervoso autónomo do corpo – o sistema que também controla a respiração, a frequência cardíaca e a transpiração. Recentemente, investigadores da universidade de Newcastle (UK) mostraram que os dedos enrugados são uma reação do sistema nervoso autónomo: é mais fácil pegar em objetos molhados com dedos enrugados. Testes laboratoriais confirmaram uma teoria de que os dedos enrugados melhoram a aderência em objetos húmidos ou submersos. Este enrugamento diferenciado é causado por vasos sanguíneos que se contraem abaixo da pele mais espessa das palmas das mãos e pés, conduzindo à formação de rugas. Neste estudo (publicado na revista Biology Letters), vários participantes pegaram objectos secos e objectos molhados, de diferentes tamanhos, com  as mãos secas e com os dedos enrugados após terem sido colocados em água tépida por 30 minutos. Os objectos foram mais fácil e rapidamente apanhados com os dedos enrugados e molhados do que com os dedos lisos e secos .

O que devemos fazer quando isso acontecer? Nada! Este efeito desaparece rapidamente por si só assim que secar. Este é, pois, um reflexo espontâneo que terá evoluído para melhorar a manipulação de objectos quando estamos dentro de água.

(A.C. Trindade)

Fonte: B. Summers, Nature (2013)

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“Saber, querer e aprender”

Dia da Mole

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É  celebrado anualmente a 23 de Outubro das 6:02 da manhã às 6:02 da tarde. No dia da Mole comemora-se o número de Avogadro (6.02 x 1023), que é a unidade básica de medição em química. O dia da Mole foi criado como forma de promover o interesse pela química.

Este dia é celebrado em escolas de todo o Mundo, mas maioritariamente nos Estados Unidos recorrendo a várias actividades relacionadas à química e/ou moles.

Para uma determinada molécula, uma mole é a massa (em gramas) cujo número é igual à massa molar da molécula. Por exemplo, a molécula de água tem uma massa molar de 18, logo, uma mole de água pesa 18 gramas. Em geral, uma mole de qualquer substância contém Número de moléculas ou átomos de Avogadro daquela substância. Esta relação foi descoberta pela primeira vez por Amadeo Avogadro (1776-1858) a quem foi atribuído mérito por isso só após sua morte.

Amadeo Avogadro, esenho de C. Sentier feito em Torino em 1856  (Fonte: Edgar Fahs Smith collection)

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Dia Nacional dos Cientistas – 16 de maio

Inaugura-se este ano a comemoração do Dia Nacional dos Cientistas, com o objectivo de celebrar e reconhecer o papel dos cientistas na sociedade portuguesa. Neste dia celebra-se também o nascimento de José Mariano Gago e recorda-se o seu legado para a Ciência em Portugal numa Conferência sobre os Caminhos do Conhecimento no Teatro Municipal Rivoli.

Dia Nacional dos Cientistas

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​Administração de insulina a diabéticos usando uma aplicação para smartphone

E se lhe disséssemos que o simples carregar de um botão de uma aplicação num smartphone faz com que as células implantadas produzam insulina.

O simples carregar de um botão faz com que as células implantadas na costas do rato iniciem a produção de insulina. O rato encontra-se dentro de um aro que fornece energia ao implante. (Shao et al./ Sci Trans. Med, 2017)

Muitos dos doentes diabéticos necessitam muitas vezes de recorrer a injecções de insulina. Um novo dispositivo, testado em ratos, pode ser um dia a solução que permite eliminar a necessidade de utilizar agulhas para administrar insulina. 
Um novo estudo publicado no jornal Science Translational Medicine, no final do mês de Abril, reporta que os investigadores chineses usaram uma aplicação para smartphone que permite “ligar” as células implantadas nas costas de uma pequeno grupos ratos. Em menos de 2 horas depois das células serem “ligadas” o nível de açúcar no sangue desses animais estabilizou sem que os tornasse hipoglicemicos. 
A versão mais avançada do dispositivo é constituída por uma cápsula de hidrogel implantada por baixo da pele do rato. Dentro da cápsula estão luzes LED e as células foram modificadas geneticamente para produzir e libertar insulina em resposta à luz infravermelha. Quando o nível de açúcar no sangue do rato fica elevado é ligada via avia aplicação do smartphone à luz LED, activando as células que por sua vez libertam insulina.   

Esta aplicação permite controlar a intensidade e o tempo que a luz LED terá que estar ligada e com isto controlar também a quantidade de insulina que as células vão produzir. Um transmissor Bluetooth consegue notificar a aplicação do smartphone quando o nível de açúcar está muito elevado e automaticamente activar a produção de de insulina. 
Apesar das notícias promissoras o sistema ainda não está disponível para utilização comercial. Versões futuras deste dispositivo HydrogeLED, como foi apelidado pelos autores, poderá possivelmente resolver os problemas de muitos diabéticos.
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Cidades vistas do Espaço

 

Península Ibérica (Fonte: ESA)

Portugal, to the west, shows similar lighting with the coast from Lisbon to Porto a haze of light. The green line shows Earth's atmosphere which protects the planet

Área metropolitana de Lisboa, foto tirada em 2015. (Fonte: ESA)

 

Toronto, Canadá (Fonte: NASA)

Tóquio, Japão. (Fonte: NASA)

 

Shangai, China. (Fonte: NASA)

 

Nova Iorque, Estados Unidos da América. (Fonte: NASA)

Riviera Francesa (Fonte: ESA).

 

Mombassa. Quénia. (Fonte: Thomas Pesquet, ESA: @Thom_astro)

Varsóvia, Polónia. (Fonte: Shane Kimbrough, NASA: @astro_kimbrough)

Moscovo, Rússia. (Fonte: Shane Kimbrough, NASA: @astro_kimbrough)

 

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Do Big-Bang ao Observador Cósmico – Visita Orientada

Dia 19 de Março das 16:00 às 17:30 é possível fazer uma visita orientada à Exposição “A Aventura da Terra” no Museu Nacional de História Natural e da Ciência em Lisboa. Aqui poderemos aprender mais sobre a sucessão de eventos astronómicos, geológicos e biológicos que antecedem o aparecimento do ser humano… Aproveite para fazer esta viagem ao mundo dos planetas com o seu Pai.

Fonte: Museu Nacional de História Natural e da Ciência

Esta actividade está destina ao público em geral, tem um custo de 3,50€ e não necessita de marcação prévia. Para mais informações consulte o site do Museu.

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O Céu de Galileu – Visita dramatizada no Planetário

Galileu vai mostrar-nos, na primeira pessoa, os astros e as estruturas que observou. O que viu? Como viu?  A Via Láctea, a Lua, o Sol, Júpiter, as Plêiades, o Presépio, são alguns exemplos do que podemos esperar no próximo dia 11 de Março das 16h30 às 18h no Planetário do Museu Nacional de História Natural e da Ciência em Lisboa.

Fonte: Museu Nacional de História Natural e da Ciência

Esta actividade tem um custo de 3,50€ por pessoa e não necessita de marcação prévia. Para mais informações consulte o site do museu ou ligue para 213 921 808.

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Saiba como “escolher” o sexo do seu bebé

 É comum considerar-se que quem determina o género de uma criança é o pai. De certa forma, esta noção pode ser considerada verdadeira, mas, como em quase tudo na vida, não é tão simples assim.

A razão pela qual é o pai quem determina o sexo de uma criança é bastante simples de entender. Quase todas as células do nosso corpo têm 46 cromossomas, estruturas muito organizadas que contêm os nossos genes, que vêm aos pares (23 pares). Destes 23 pares, um determina o sexo: um par de cromossomas X (XX) dá origem a uma mulher, enquanto um par formado por um cromossoma X e um Y (XY) origina um homem. A excepção a esta regra são os espermatozóides nos homens e os óvulos nas mulheres que têm apenas 23 cromossomas, um por cada par. Consequentemente, todos os óvulos têm um cromossoma X, enquanto metade dos espermatozóides tem um X e a outra metade um Y. Assim, aquando da fertilização, o ovo resultante terá uma probabilidade igual de ter um par XX ou XY. No entanto, é possível tentar manipular estas as probabilidades.

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Sabe-se que os espermatozóides com cromossoma Y são mais rápidos, mas têm menor resistência. Por outro lado, espermatozóides com cromossoma X são mais lentos, mas “nadam” durante mais tempo, atingindo assim distâncias maiores. Assim, quando a fecundação ocorre pouco tempo após a ovulação, e o óvulo ainda não percorreu uma grande distância, é de prever que a probabilidade de se conceber uma menina seja superior. Por outro lado, é mais provável conceber um menino quando a fecundação acontece mais tarde, uma vez que neste caso os espermatozóides com cromossoma Y têm mais facilidade em chegar primeiro ao óvulo.

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Deste modo, é possível usar a ciência para tentar influenciar um pouco as probabilidades de se ter um menino ou uma menina. Se os pais tiverem preferência por um menino é possível tentar prever a ovulação (dias após a menstruação, temperatura do corpo) e tentar “apanhá-la” um pouco mais tarde. No entanto, há que recordar que um óvulo não fertilizado tem um tempo médio de vida de apenas 12 a 24 horas, e a janela de tempo para o fazer com sucesso fica bastante apertada. No caso de os pais terem preferência por uma menina é mais fácil (e mais divertido) manipular estas probabilidades. Uma vez que o objectivo é “apanhar” a ovulação bem cedo, a melhor forma de o fazer é ter relações sexuais mais frequentemente. Assim, durante o período mais fértil (cerca de 10 a 18 dias após a menstruação) a melhor opção é fazê-lo de 12 em 12 horas. Deste modo, mesmo que não tenham uma menina não vão ficar tristes e vão certamente divertir-se bastante a tentar.

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Fotografia de uma terapia inovadora para combater o cancro, criada por um Português, ganha prémio internacional

Fotografia de Microscopia Electrónica de Varrimento onde se vê o sistema de libertação de moléculas terapêuticas, neste caso  microRNA, que são sequências genéticas que alteram a expressão de alguns genes envolvidos na formação do cancro. Foto da autoria de João Conde, Nuria Oliva e Natalie Artzi, Massachusetts Institute of Technology (MIT).

A fotografia do Português João Conde foi premiada na edição deste ano dos prémios Wellcome Image. Esta competição que já conta com 20 edições, criada pela Fundação Wellcome Trust sediada em Londres, e tem como objectivo premiar os criadores de imagens impressionantes e tecnicamente excelentes que comuniquem aspectos significativos da saúde e da ciência biomédica. Veja algumas das imagens que também foram premiadas e que  serão exibidas em institutos, museus e centros científicos no Reino Unido, Europa e África.

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Sabe porque os médicos usam uma bata verde?

Já se questionou algum vez por que os médicos usam roupa verde ou azul na sala de cirurgia? Mas nunca brancos? Acontece que esta prática aparentemente insignificante pode determinar o sucesso de uma operação cirúrgica!

Inicialmente toda a equipa médica usava batas brancas. Foi apenas a partir de 1914 que um médico influente desistiu deste uniforme tradicional em favor de um verde, e, posteriormente, azul. O problema da cor das batas tem a ver com o facto de que uma cor branca imaculada pode cegar cirurgiões por momentos se eles deslocam seu olhar da cor escura do sangue para as roupas dos seus colegas. Tal efeito é semelhante ao que acontece quando saímos pela primeira vez no inverno de um local escuro para a rua e vemos a luz do sol reflectida na neve.

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Ainda assim, isto não responde à questão de por que a roupa de um cirurgião é azul ou verde em vez de, por exemplo, roxo ou amarelo ou laranja? A razão prende-se com o facto de que o verde e o azul são o oposto do vermelho no espectro da luz visível, e durante uma operação um cirurgião está quase sempre a focar vários tons da cor vermelha.
De facto, as cores verde e azul das roupas não só ajudam a melhorar a acuidade visual de um cirurgião, mas também torná-los mais sensíveis a diferentes tons de vermelho, ajudando-os a prestar maior atenção às nuances da anatomia humana e reduzindo significativamente a probabilidade de cometerem um erro durante uma operação.

(Fonte: LiveScience)

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